Rodrigo Maia engavetou o pedido de impeachment contra Bolsonaro. Na era do “emburrecimento empoderado” que o Brasil vive, na justificativa para não abrir o processo de impeachment do fascista, Rodrigo Maia alegou que “dá azar” para o Presidente da Câmara. Ele lembrou de Ibsen Pinheiro, que aceitou o pedido de impeachment contra Collor e depois foi cassado e também de Eduardo Cunha, que aceitou o pedido contra Dilma e depois, além de cassado, ainda foi preso. Então, seguindo um raciocínio indutivo supersticioso, Rodrigo Maia engavetou o pedido de impeachment de Bolsonaro. “Dá azar”, justificou. Isso, apesar de 15 crimes que claramente já foram cometidos por Bolsonaro, incluindo ameaça à ordem democrática e aos Poderes. Longe de ser brincadeira, a justificativa de Maia é coisa muito grave e faz com que ele próprio incorra em crime de prevaricação.

No entanto, Maia já tem um histórico de engavetamento. Quando os escândalos mais criminosos do Temer eram exibidos pela TV, ele recusou todos os pedidos de impeachment. Agora, com medo do “azar”, ele irá permitir que Bolsonaro continue em sua escalada de desatinos. “Azar”? Agora, vejamos o real motivo, até porque não pode ter outro.

Hoje está sendo noticiado o andamento de uma costura política em que Rodrigo Maia seria candidato a Vice-Presidente da República em uma chapa encabeçada por João Dória. Claro que não seria interessante então que o Bozo saísse. Tudo o que Maia não iria querer seria o Mourão assumindo, pois Mourão é um direitista competente. Então é melhor para Maia, que também é de direita, que Bolsonaro vá sangrando com suas besteiras e suas boçalidades em doses industriais, que vá perdendo seguidores, que vá caindo no ridículo. Enquanto isso, ele levanta algumas bandeiras democráticas e ganha terreno político para ser o vice na chapa do Dória. “Azar”? Conta outra Botafogo!