
Luiz Henrique Mandetta, o ministro da Saúde que vem tendo protagonismo e tornando-se conhecido no governo Bolsonaro, sempre pareceu ser uma exceção no governo. Ao contrário do próprio Presidente e de quase todos os ministros, ele não ofende adversários políticos, não fala asneiras, não ataca a imprensa, demonstra educação e, principalmente, prioriza o conhecimento científico. A atuação de Mandetta vem eclipsando até mesmo Sérgio Moro, o “ex-futuro super-ministro”.
No entanto, algumas atuações de Mandetta ameaçam tirar do ministro o rótulo de “exceção” em um governo visionário, fundamentalista e que despreza a ciência. O “circo dos mascarados” foi decepcionante para quem via em Mandetta apenas seriedade. E se Bolsonaro queria dar a outros ministros algum protagonismo, o próprio Bolsonaro caiu de novo no ridículo com suas atrapalhadas manipulações da máscara, quando chegou até a tapar os olhos com ela e pendurá-la na orelha. Cena risível e rocambolesca, em plena tragédia pandêmica. Aquela cena pantomímica e dantesca foi toda forjada para dar demonstração de seriedade e colocar alguns ministros e o próprio Presidente diante dos holofotes. E o ministro Mandetta acabou entrando na dança. A comédia das máscaras, totalmente fora do protocolo, acabou empanando a seriedade que o momento exige. Ali, o ministro perdeu alguns pontos em sua seriedade.
Agora estamos em uma situação de emergência, que, independentemente de decretos, o bom senso dispensa licitação em compras urgentes e de primeira necessidade para o combate à pandemia. Tudo bem, se não fosse um “porém”: o ministro Mandetta contratou exatamente a empresa que tem como dono um dos maiores doadores de sua própria campanha para deputado. O Ministério da Saúde comprou aventais hospitalares, num total de 700 mil reais, da empresa Prosanis Indústria e Comércio, que pertence a Aurélio Nogueira Costa que, por sua vez, foi doador de sua campanha quando o ministro candidatou-se a deputado pelo Mato Grosso do Sul. Com essa, o ministro também perdeu mais alguns pontos.
Lamentavelmente ainda teremos um tempo considerável de pandemia pela frente, e o ministro, muito trabalho. Então, seria bom que Luiz Henrique Mandetta continuasse atuando da maneira equilibrada, sempre priorizando a ciência e agindo com a seriedade como ficou conhecido. Que não tenha mais outro circo, como o das máscaras. E que sejam feitas as compras emergenciais e sem licitação que o momento requer. Mas comprar de empresa que tem como dono um dos doadores de sua própria campanha, aí não tem como aplaudir.
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