CORONAVÍRUS PÕE MORO NO OSTRACISMO

Sérgio Moro, o apagado e coadjuvante ministro da Justiça de Bolsonaro, certamente está sofrendo mais do que se tivesse sido contaminado pelo coronavírus. Isso porque o vírus fez uma coisa muito pior com ele: colocou-o no ostracismo. Moro, que desde o início do governo, vem sendo desautorizado por Bolsonaro, derrotado no Congresso e esculachado nas comissões quando convocado (já foi até chamado de “juiz ladrão” e “capanga de miliciano”) agora, com a pandemia do coronavírus, parece ter perdido todos os holofotes. Porque o protagonismo passou a ser de Luiz Henrique Mandetta, o ministro da Saúde.

Entrevistas coletivas ao vivo, reportagens, informações à população, tudo tem como centro o ministro da Saúde e, de repente, não se fala mais em Moro.

Pior: o ministro Luiz Henrique Mandetta demonstra competência e parece passar segurança à população. É equilibrado, não fala bobagens e não apela para baixarias. Por isso, tem um perfil bem diferente dos demais ministros bolsonaristas. Mandetta é um cara de direita, conservador (ele é filiado ao DEM) e nem por isso demonstra estar fazendo de seu trabalho uma “cruzada anticomunista”. Porque Mandetta simplesmente sabe que é valorizando a ciência que seu trabalho terá êxito. Isso, enquanto o próprio Bolsonaro fala em “histeria”.

Luiz Henrique Mandetta era, até então, um ministro desconhecido e começa a ganhar protagonismo e respeito até entre aqueles que se opõem ao governo Bolsonaro. Já foi noticiado que o próprio Bolsonaro tem se incomodado com isso.

Moro bem que tentou “tirar uma casquinha” para aparecer, editando junto com Mandetta uma Portaria que prevê a prisão de quem não cumprir as recomendações do Ministério da Saúde. A Portaria prevê, por exemplo, a prisão de quem não cumprir o isolamento. Claro que, por conta disso, Moro já teve uma parca aparição na tela da TV.

Mas ele sabe que, nos próximos meses e certamente por muito tempo, não estará mais na berlinda midiática. Pior: a luta contra o coronavírus pode fazer surgir um novo “herói da direita”. Perdeu de novo, marreco!