BANANAS E VERGONHA NACIONAL

“Não tem pergunta não.” (Márvio Lúcio, o “Carioca”, humorista da TV Record, “assumindo” o lugar de Bolsonaro e respondendo aos jornalistas, em 4 de março de 2020).

Nunca na história do jornalismo brasileiro aconteceu a cena deprimente, achincalhante e vergonhosa como a registrada nesse dia 4 de março em frente ao Palácio da Alvorada, onde jornalistas costumam dar plantão para entrevistar Jair Bolsonaro. Bolsonaro, já transcendendo a sua falta de educação e decoro, hoje deu inequívocos sinais de transtornos mentais: o Chefe de Estado do Brasil, simplesmente, escalou um humorista para distribuir bananas para os profissionais de imprensa que o aguardavam na saída do Alvorada. O ato, dessa vez, além de causar a indignação dos jornalistas, levou vários deles a virarem de costas e deixarem o local. Aliás, não faz muito tempo, já havíamos sugerido que, diante de tantas agressões, xingamentos, atitudes homofóbicas e misóginas de Bolsonaro contra a imprensa, os profissionais deveriam mesmo, em protesto, dar as costas e saírem daquele terreno inóspito, preparado por Bolsonaro, com direito à presença de sua claque de fascistas, com a única intenção de atacar os profissionais de imprensa.

O humorista Márvio Lúcio, vulgarmente conhecido como “Carioca”, prestou-se ao ridículo papel de ser usado como Bolsonaro, representando o próprio Presidente, para comentar sobre o PIB e distribuir bananas aos jornalistas, em um ato que nada teve de engraçado. Tudo porque os jornalistas indagaram Bolsonaro sobre o crescimento irrisório do PIB. Então Bolsonaro, sempre incompetente, despreparado e covarde para responder a qualquer pergunta, por mais simples que seja, colocou, acreditem, o humorista “Carioca” para responder às perguntas em seu lugar. Tudo apenas para fugir de falar à imprensa sobre o PIB. É necessário lembrar que o referido humorista pertence à TV Record, emissora aliada a Bolsonaro e que tem como dono Edir Macedo, o mesmo dono da Igreja Universal.

Da outra vez, Bolsonaro deu a famosa “banana” gestual aos jornalistas. Agora, foi a banana literal. Quando alguém que ocupa o mais alto cargo da República coloca um humorista representando a si próprio para responder aos jornalistas e distribuir bananas para eles, então todos os recordes da descompostura, desrespeito à educação e observância à liturgia do cargo já foram superados. Bolsonaro já demonstra sinais claros de psicopatia e não ficaremos surpresos se, depois das bananas oferecidas aos jornalistas por um humorista fantasiado dele próprio, Bolsonaro vier a condecorar a “Pituka”, a cadelinha do Carluxo, com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Porque a Amazônia ele já incendiou e colocou a culpa nas “ONGs comunistas”…

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