
Já não há mais qualquer dúvida de que um golpe fascista contra o Congresso e contra o STF está em curso. Primeiro Bolsonaro cerca-se de generais no Planalto. Depois o general Heleno dá a senha, com seu célebre “foda-se” ao Congresso. E, finalmente, surge uma convocação para uma manifestação fascista marcada para o próximo dia 15 de março, cuja pauta é pró-bolsonarista, anti-Congresso e anti-Supremo Tribunal Federal.
Não é de hoje que essa turma vem testando a nossa democracia e a nossa Constituição. Eles já falaram em fechar o Supremo e até foram às ruas pelo seu fechamento. Eles já falaram em volta do AI-5 e fechamento dos partidos políticos. Agora, o próprio Presidente da República divulga um vídeo para o ato anti-Congresso. A chamada para a manifestação fascista usa os mesmos argumentos de sempre, com invocações patrióticas e nacionalistas. Claro que é um atentado à Constituição, aos poderes constitucionais e ao Estado democrático de direito. E Bolsonaro, ao repassar o vídeo, inequivocamente comete todos esses crimes.
As reações foram imediatas. Tanto de parlamentares, lideranças políticas e até de militares comprometidos com a legalidade, como o general Santos Cruz que, ao condenar a utilização de imagens militares na convocação, afirmou que o Exército é uma “instituição de Estado, em defesa dos poderes constitucionais, que não deve ser confundido com assuntos temporários do governo.”
O momento histórico é crucial e não cabem as falsas “isenções” ou “neutralidafes”. Os acontecimentos da última semana envolvendo o motim de policiais não podem ser pensados como dissociados da tentativa de golpe.
Se em 2018 houve quem se omitisse, permitindo a ascensão do fascismo ao poder, agora o momento é ainda mais grave, pois estamos em uma tentativa de autogolpe. Urge uma resistência agora, pois a democracia brasileira passará pelo seu maior teste desde a promulgação da Constituição de 1988. Portanto, resistamos ao golpe fascista!