Paulo Freire, o educador brasileiro mundialmente reconhecido, porém desprezado e odiado por Bolsonaro e seus seguidores, que até já sugeriram que seus livros sejam queimados, foi homenageado pela escola de samba Águia de Ouro, do grupo especial de São Paulo. Com o enredo “O Poder do Saber – Se saber é poder… Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” a Águia de Ouro afrontou e enfrentou o fascismo bolsonarista na passarela do Anhembi. O enredo, como podemos perceber, também faz alusão à música de Geraldo Vandré “Prá não dizer que não falei das flores”, que tornou-se o ícone das músicas de protesto durante a ditadura militar.
A homenagem da Águia de Ouro é uma rotunda resposta aos ataques que a memória do grande educador brasileiro vem sofrendo, especialmente por parte de Jair Bolsonaro que chegou, em um de seus odiosos rompantes, a chamar Paulo Freire de “energúmeno”. A homenagem também reforça o viés anti-fascista e anti-bolsonarista que está marcando o Carnaval de 2020. Diversas escolas de samba, tanto do Rio de Janeiro como de São Paulo, estão levando às ruas temas que criticam o fascismo, o racismo, a misoginia, a homofobia, a exclusão social e o armamentismo que marcam o governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro. A homenagem da Águia de Ouro não é, portanto, uma exceção e sim a regra desse carnaval, onde os fascistas estão sendo devidamente repelidos. E a Águia de Ouro também já mandou o seu recado: a educação é o caminho. Viva Paulo Freire!