LULA, PAPA E “O OUTRO ENCONTRO”

lula papa

O Papa Francisco não é apenas um líder religioso. Ele também é um Chefe de Estado. E o Vaticano, mesmo sendo o menor país do mundo, pode-se dizer que possui a maior “população” do planeta, juntamente com a China. Dados oficiais publicados no Vatican News, órgão oficial de informação da Santa Sé, dão conta de que o número de católicos no mundo chega a 1 bilhão e 300 milhões de pessoas, praticamente a mesma população da China. Mas o Papa é um chefe de Estado cosmopolita, de todas as nacionalidades. A influência do Papa é imensa e o Conclave, colégio eleitoral que o elege, tem representantes de praticamente todas as nacionalidades.

Na última quinta-feira, 13 de fevereiro, o ex-Presidente Lula viajou até o Vaticano e encontrou-se com o Papa Francisco. Embora a reunião tenha tido caráter privado, sabe-se que a pauta do encontro foi, conforme anunciado pela assessoria de Lula, a fome, a desigualdade social e a intolerância. Uma pauta absolutamente pertinente para o encontro com o Sumo Pontífice.

Por que o encontro de Lula com o Papa que, repito, é um Chefe de Estado, causou tanto pânico em Bolsonaro, no general Heleno e em outras figuras do governo? O encontro, que já teve algumas imagens divulgadas, tratou de questões gerais sobre o problema da desigualdade no mundo e o Papa mostrou-se muito satisfeito em receber o ex-Presidente. Mas a primeira reação de Bolsonaro, com seu eterno e abjeto ódio, foi desqualificar o Papa. Disse Bolsonaro, babando de raiva e querendo diminuir a importância do encontro:

“O Papa é argentino, mas Deus é brasileiro.”

Ô Bozo, você plagiou o próprio Papa! Que Deus é brasileiro, o Papa já havia dito em julho 2013, quando chegou ao Rio de Janeiro para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude. Na ocasião, em um encontro no Riocentro, disse o sumo Pontífice:

“Se Deus é brasileiro, então o Papa é carioca.”

Além de mais uma besteira expelida pelo Bozo, soube-se que o general Heleno disse impropérios, xingou o Lula e, provavelmente, deve ter dado murros na mesa. Por que o encontro de Lula com o Papa incomodou tanto essa gente?

Enquanto isso, no dia de ontem, apenas dois dias depois do encontro de Lula com o Papa o próprio Bolsonaro, junto com o mesmo general Heleno, vieram ao Rio de Janeiro participar de um “outro encontro” para dar uma força ao pastor R.R. Soares, o dono da Igreja Internacional da Graça de Deus e “vendedor televisivo de milagres”. Era aniversário de 40 anos da Igreja de R.R. Soares. Com certeza, a pauta do encontro deles não foi a desigualdade social e nem a intolerância. Os vendedores televisivos de milagres não querem pagar impostos e, em troca, oferecem o seu rebanho de fiéis para fins eleitorais. Eis a diferença entre os dois encontros. Seria bom que Bolsonaro também se encontrasse com  o Papa. Nem que fosse para levar um puxão de orelhas.

 

 

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