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“O hospedeiro está morrendo. O cara virou um um parasita.” (Paulo Guedes, ministro bolsonarista da Economia, sobre os servidores públicos).

“Parasita é você, Guedes, que está respondendo por desvio na casa do bilhão dos fundos de pensão! Ou será que esqueceu das transações da BR Educacional Gestora, da qual você era sócio até o final de 2018?” (Glauber Braga, deputado federal, via Twitter, respondendo a Paulo Guedes pela sua ofensa aos funcionários públicos). 

Depois de FHC ter chamado os aposentados de “vagabundos”, agora foi a vez de Paulo Guedes, o banqueiro-ministro bolsonarista, chamar os servidores públicos de “parasitas”. Ao referir-se aos servidores públicos, em evento no Rio de Janeiro, Paulo Guedes, em defesa da reforma administrativa do governo Bolsonaro, afirmou que seria absurdo conceder reajuste anual aos servidores públicos, visto que eles já têm privilégios como a estabilidade e aposentadoria generosa.

Parece que depois dos monarquistas, dos anarquistas, dos comunistas, das estatais, da CUT, do PT, dos aposentados, o novo “inimigo número 1 da Nação” já está escolhido: é o servidor público. Ao chamar os servidores públicos de “parasitas” Paulo Guedes fez uma generalização que abrange milhares e milhares de trabalhadores. Porque existem servidores públicos nas três esferas administrativas: federal, estadual e municipal e a grande maioria não usufrui de privilégios, como disse o banqueiro-ministro. A estabilidade é um princípio fundamental para que o servidor não sofra perseguição política. Quanto a “aposentadorias generosas”, não sabemos ao certo a quem Paulo Guedes referiu-se em sua odiosa afirmação, mas com certeza não pode ter sido à grande maioria dos servidores, muitos dos quais há anos sem qualquer reajuste.

Quem seriam, então, os parasitas? Será que ele estaria referindo-se a juízes que recebem auxílio-moradia, mesmo tendo imóvel próprio e na própria cidade em que trabalham? Isso sem falar nas férias de dois meses. Ou seriam parasitas os juízes que cometeram crimes e foram “punidos” com aposentadoria compulsória recebendo vencimentos de 25 mil reais?

Ou, quem sabe, os parasitas ou “as parasitas”, seriam as filhas de militares casadas de fato e que se passam por solteiras só para não perderem as pensões imorais como fez, por exemplo, a senhora Regina Duarte?

Mas também os parasitas poderiam ser aqueles servidores nomeados por parlamentares e que viram “fantasmas”, exercem outra atividade e só aparecem para receber o pagamento indevido e ainda entram na “rachadinha”. Ou, quem sabe, esses próprios parlamentares que cobram “rachadinhas”? Seriam esses? Talvez, para Paulo Guedes, não. Ou será que ele iria se indispor com a família do seu chefe?

Estaria Paulo Guedes se referindo aos servidores militares? Esses, além de ficarem de fora da reforma da previdência, ainda tiveram aumento no ano passado, o que irá gerar uma despesa de 5 bilhões só este ano. Seria a esses que Paulo Guedes se referia, já que ele próprio afirmou ser absurdo os servidores terem aumento e esses tiveram?

Claro que nós sabemos todas as respostas acima, e não precisa nem perguntar lá no “Posto Ipiranga”. Assim, termino com a resposta do deputado federal Glauber Braga, dada pelo Twitter, logo após o ministro-banqueiro ter insultado os servidores públicos:

“Parasita é você, Guedes, que está respondendo por desvio na casa do bilhão dos fundos de pensão! Ou será que esqueceu das transações da BR Educacional Gestora, da qual você era sócio até o final de 2018?”