FASCISMO X LITERATURA NAS ESCOLAS

esses não podem

mas esse pode

Quando Bolsonaro disse que Paulo Freire tinha que ser banido das escolas; quando seguidores de Bolsonaro, em obediência ao chefe fascista, disseram que livros de Paulo Freire deveriam ser queimados; quando Bolsonaro, de forma obsessiva e criminosa, chamou Paulo Freire de “energúmeno”… Então, estava dada a senha para a abertura do “index” dos fascistas. O efeito parece ter sido em cascata e até o bispo Crivella, para agradar ao seu novo chefe político, mandou recolher um livro na Bienal. Claro que “o exemplo vem de cima”. Quando liderados, subservientes e bajuladores de todas as estirpes querem “mostrar serviço” ao tirano de aldeia, então nada como seguir cegamente os maiores absurdos oriundos de seus “ensinamentos” e “exemplos”. Ou seja, a partir de então, qualquer “fascistoidezinho de esquina” sentiu-se empoderado para agir “em nome da moral e dos bons costumes.”

Agora, foi o governo de Rondônia. Depois de Paulo Freire, chegou a vez de Machado de Assis, Mário de Andrade, Ferreira Gullar, Nélson Rodrigues, Rubem Fonseca, Euclides da Cunha, Carlos Heitor Cony.  Só para citar alguns. Sobrou até para o Franz Kafka (aquele que o Weintraub chamou de “Cafta”). Os livros de todos esses autores, dentre outros, foram recolhidos das escolas de Rondônia, a mando do governador bolsonarista conhecido como coronel Marcos Rocha, do PSL. O “index” do governo fascista de Rondônia abrange 43 livros:

index

Toda essa barbaridade não é algo isolado, como alguns pensam. A situação é gravíssima e os tempos de obscurantismo não deixam dúvidas em relação ao projeto fascista-fundamentalista que está em curso no Brasil. A coisa é tão grave, que até setores da própria direita (da direita normal) estão insurgindo-se contra o bolsonarismo. Livro, para essa gente, é um estorvo. O próprio Bolsonaro já disse que “o livro tem muita coisa escrita”. E seu filho, o Eduardo, falou recentemente que para ser conservador não é preciso qualquer leitura. Se ele tivesse lido Edmund Burke ou o José Guilherme Merchior, por exemplo, não teria vomitado essa asneira.

O próprio João Dória, um bolsonarista envergonhado (dentre muitos), também já ordenou recolhimento de livros das escolas de São Paulo. Mas Dória também chegou ao poder apoiando as barbaridades que hoje aí estão. Enquanto isso, nas escolas, livros de autores clássicos de nossa literatura, que essa cambada tanto odeia, vão sendo retirados criminosamente das salas de leitura. Sinal dos tempos.

Recentemente, foi divulgada a foto de uma reunião entre Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Abraham Weintraub. A foto mostra, claramente, sobre a mesa de Bolsonaro, um exemplar do livro “A Verdade Sufocada”, do torturador e assassino sanguinário Carlos Alberto Brilhante Ustra, o ídolo da família Bolsonaro que adorava enfiar ratos vivos nas vaginas das presas políticas e que já foi até homenageado pelo próprio no Congresso. Sinais mais do que lamentáveis e previsíveis da situação para a qual o puro ódio levou o nosso país.

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