Já está mais do que sabida a estratégia do pastor fundamentalista Crivella para se reeleger prefeito do Rio de Janeiro. Com mais de 70% de reprovação segundo as últimas pesquisas, Crivella já é considerado o pior prefeito de toda a história da cidade do Rio de Janeiro. Matando pessoas em hospitais, atacando a cultura e a imprensa, fazendo licitações irregulares, se omitindo diante do caos no transporte público, dando calote em trabalhadores e vendo a desordem pública tomar conta da cidade, Crivella só pensa naquilo: a reeleição. Ele chegou a afirmar, em um áudio vazado de uma reunião com pastores, que usaria o mandato de prefeito a serviço de sua Igreja – a Universal, da qual o seu tio, o bilionário Edir Macedo, é o dono.
Depois de escapar do impeachment em troca de distribuição de cargos, agora ele tenta manter-se no poder. Com a mais baixa popularidade entre todos os prefeitos da história do Rio, Crivella hoje já tem uma estratégia: aliar-se a Bolsonaro. O plano parece simples. Já que Bolsonaro brigou com o governador Witzel, que por sua vez foi eleito na aba do fascismo bolsonarista, então há um espólio eleitoral significativo que ele poderia herdar do eleitorado ultra-conservador.
E mais: é quase certo, e o próprio Bolsonaro já admitiu, que o Aliança Pelo Brasil, partido bolsonarista ainda em formação, não possa lançar candidatos nas eleições municipais deste ano, visto que não haveria tempo para habilitar o partido na Justiça Eleitoral. Com o vácuo deixado por Witzel, Crivella então pretende herdar os votos bolsonaristas e, para isso, já vem há algum tempo fazendo afagos e tomando medidas que agradam a Bolsonaro. Primeiro, ele publicou uma nota de solidariedade a Flávio Bolsonaro, o “filho 01” enrolado do Presidente. Depois, barrou jornalistas de O Globo em entrevistas. Tudo para agradar Jair Bolsonaro.
Agora, a coisa já está mais do que explícita: Crivella compareceu ao primeiro encontro dos cariocas apoiadores do Aliança Pelo Brasil, realizado no dia de ontem. Ele chegou até a usar adesivo com a foto do Bolsonaro e disse que esteve no evento apenas para “prestar solidariedade”. Claro que tudo isso faz parte da estratégia para atrair o apoio de Bolsonaro à sua reeleição. As atuais pesquisas dão Crivella com apenas 8% das intenções de votos e hoje, herdar o naco eleitoral bolsonarista na cidade do Rio de Janeiro talvez seja a única chance de Crivella se reeleger.
Depois de todo o desastre da administração fundamentalista-religiosa, agora Crivella tem uma missão muito clara, que pode ser assim resumida: “Chegou a hora de cuidar dos meus votos!”