NAMORADINHA: A LARANJA LIMA DO FASCISMO

regina duarte 2

Falemos a verdade: o nazista que ocupava a Secretaria de Cultura não caiu por ser um nazista. Ao contrário, Bolsonaro já o conhecia muito bem, sempre defendeu suas ideias e era exatamente o nazista que Bolsonaro queria à frente da cultura brasileira. O nazista caiu por não ter sido discreto e ter revelado, com todas as letras, ser um seguidor da ideologia hitlerista. Então, diante da reação, especialmente de parte da comunidade judaica que o apóia, Bolsonaro teve que limar o nazista que era o seu predileto. Bolsonaro não se preocupa com a opinião pública em geral: imprensa, entidades da sociedade civil, instituições culturais ou científicas. Tudo isso para ele é “lixo” que deve ser exterminado. De Paulo Freire, passando por Chico Buarque e até o cientista Ricardo Galvão, todos de renome internacional, tudo isso para Bolsonaro é “lixo”. Só que quando alguma atrocidade do Bolsonaro é repelida por parte de seus apoiadores com alguma influência maior, como é o caso da comunidade judaica, então Bolsonaro “se toca”. Ele não queria demitir o nazista. Mas teve que demitir.

E, para melhorar a sua imagem e não transparecer radicalismo, Bolsonaro pensou em alguém que expresse “suavidade”, “delicadeza”, “doçura”, “meiguice” e que tenha alguma popularidade junto ao grande público, mas que não deixe de ter viés reacionário e conservador. Então, ninguém melhor do que Regina Duarte, “a namoradinha do Brasil”. Ela é tão “boazinha” que praticamente nunca fez papel de vilã nas novelas. Na verdade, a “namoradinha” sempre gostou de se casar. Na vida real, ela já “casou” três vezes, embora faça o que muitas outras “namoradinhas” fazem por esse Brasil afora: manteve o status de “solteira” para não perder a pensão de seu pai, que era militar. Apenas uma “boquinha” a mais, apesar do lauto salário de atriz global.

Agora, ela aceitou fazer talvez o papel mais ridículo de todos os que já encenou. E na vida real. Depois de muitas metáforas de “namoros”, “noivados”, “casamentos” e “proclamas”, Regina Duarte aceitou ser a nova secretária de Cultura do Governo Bolsonaro. Para começar, seu chefe imediato é o ministro do turismo Marcelo Álvaro Antônio, aquele envolvido no escândalo dos laranjas do PSL. Como administradora de cultura, talvez de sua quase nenhuma experiência resta o fato de ela não ter conseguido nem mesmo administrar a si própria. Ela chegou a receber 1 milhão e 400 mil da Lei Rouanet, que Bolsonaro e seus seguidores sempre chamaram de “mamata”, mas teve as contas rejeitadas. Fala-se em algo em torno de mais de 300 mil de rombo. Como ela ficará “estando dos dois lados do balcão”, já que aceitou o cargo no governo de extrema-direita e está enrolada com a Lei Rouanet?

Claro que Regina Duarte fará um “papel”, uma “encenação”, será uma “laranja” (certamente lima, bem doce), chancelando o projeto bolsonarista de destruir a cultura e a diversidade. Como segundo escalão do governo, emprestará sua popularidade global-televisiva a um governo ultra-conservador, com o fito de dar uma boa imagem ao governo Bolsonaro. Regina Duarte, que “tem medo” do Lula, não tem medo do Bolsonaro, nem do Weintraub. E nem da Damares e do astrólogo da Virgínia. E parece não ter medo de, oficialmente, entrar na aventura fascista que está destruindo a educação e a cultura no Brasil. Ela será devidamente usada e, como atriz que é, saberá muito bem servir e respaldar um governo que pretende fazer da cultura e da arte uma linguagem unívoca da extrema-direita. Por detrás de seu sorriso, muita coisa certamente se esconderá. Quem sabe uma peça encenada pelo nazista-dramaturgo que a antecedeu? Afinal, a arte daquele lixo em forma de pessoa está totalmente dentro dos “padrões” aceitáveis do bolsonarismo. Alguém duvida?

Bolsonaro, em uma das reuniões com a “namoradinha”, já determinou: não liberar nada para projetos culturais que sejam identificados com a esquerda, com a temática LGBT e com a diversidade. Para quem falava que nada em seu governo teria viés ideológico, a ordem é clara: apoio apenas para projetos de direita e ultra-conservadores. Quem sabe a arte exaltada pelo seu antecessor, só que agora empanada pelo sorriso e pelo sabor de laranja lima de uma “namoradinha”?

 

 

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s