CORRUPÇÃO AUMENTOU. MAS NÃO IA ACABAR?

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Imaginem se o Aécio fosse novamente candidato a Presidente da República e tivesse como sua principal bandeira o combate ao tráfico de cocaína. Seria risível. Tão risível como Bolsonaro, em sua campanha presidencial, ter feito do combate à corrupção a sua principal bandeira.

A Transparência Internacional, fundada em 1993, é uma organização que tem por objetivo lutar por um mundo onde governos, empresas e a sociedade de um modo geral sejam livres da praga da corrupção. E, anualmente, a Transparência Internacional divulga um ranking denominado Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Evidentemente, percepção ou aparência não implicam, necessariamente, em realidade. Porém, certas medidas governamentais podem ajudar nessa percepção, melhorando a imagem do país junto ao mundo e, evidentemente, atraindo investimentos, crescimento econômico e geração de empregos. O IPC é uma nota atribuída pela Transparência Internacional, que vai de 0 (zero) até 100 (cem). Quanto menor a nota, maior a percepção de corrupção no país e quanto maior a nota, menor a percepção de corrupção. Segundo a entidade internacional, o Brasil retrocedeu em relação à percepção de corrupção e esse é mais um dos muitos engodos que Bolsonaro preparou para o seu eleitorado “moralista”.

A Transparência Internacional acaba de divulgar o ranking de percepção de corrupção referente ao ano de 2019 e o Brasil caiu uma posição no ranking, indo para a 106ª colocação, com a nota 35. Para um governo que combateria a corrupção de forma obstinada, ter caído em um ranking de percepção de corrupção então algo, ou tudo, está muito errado. Chama muito nossa atenção o que aconteceu depois de 2016. O golpe que tirou Dilma da Presidência da República apresentava-se como necessário para combater a corrupção e “acabar com a mamata”. Porém, depois de 2016, a nota do Brasil no IPC só vem baixando. Sucedeu Dilma o governo corrupto do Temer-PSDB e em 2017 a nota do Brasil diminuiu e caiu mais ainda em 2018. E agora, em 2019, a nota foi mantida, mas o Brasil caiu uma posição. Tudo depois de o PT ter deixado o governo. Então, segundo a Transparência Internacional, depois de 2016, a percepção de corrupção no Brasil aumentou. E com o PT, ao qual foi atribuído o fardo de ser o único corrupto do país, estando fora do poder. Abaixo, a evolução histórica, antes e depois de 2016, com a chegada dos “redentores moralistas combatentes da corrupção” ao poder:

ipc 2019

Ou seja, desde 2012, em nenhum governo petista houve tanta percepção de corrupção como nos que vieram depois deles. Então, se houve corrupção nos governos petistas (e houve!), ela foi ainda maior com Temer e Bolsonaro, segundo a Transparência Internacional. Isso não é difícil de entender: No caso do governo golpista Temer-PSDB, os escândalos em série, desde o diálogo com Joesley até a compra de votos na Câmara dos Deputados para manter Temer no poder, a mala de 500 mil que o Rodrigo Rocha Loures entregaria ao Temer, o apartamento com 51 milhões do Geddel, as falcatruas do “gato angorá”, que foi elevado à condição de ministro só para ter foro, dentre outros escândalos, explicam a queda da nota. Abaixo, a posição brasileira e os países que encontram-se na mesma zona de classificação, com as notas, respectivamente, de 2019, 2018, 2017, 2016 e 2015:

Porém, tudo iria acabar a partir de Bolsonaro. E o que vimos? Ou melhor, o que o mundo e a Transparência Internacional viram? Logo no primeiro mês de governo, estoura o escândalo do Queiroz. E o que fez Bolsonaro? O blindou por todo o tempo. Com Queiroz, vieram os escândalos envolvendo o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, que vão desde “rachadinhas” em seu gabinete até lavagem de dinheiro com loja de chocolates e transações imobiliárias desproporcionais e nababescas. Isso sem falar nos “cheques da Michelle”, nos “laranjas do PSL“, nas falcatruas do ministro do Turismo, no “caixa 2” do Onyx. Tudo, rigorosamente tudo, blindado por Bolsonaro. Blindagem, aliás, chancelada por Moro. Hoje, sabe-se até que um irmão de Bolsonaro, Renato Bolsonaro, atua como lobista e até distribui verbas, mesmo sem ocupar formalmente qualquer cargo. Isso sem falar no insofismável envolvimento da família Bolsonaro com milicianos. E Bolsonaro, em todos esses casos, permanece fazendo “vistas grossas”.  Mas “a justiça não era para todos?” Faz-me rir…

A divulgação do ranking de percepção da corrupção pela Transparência Internacional, mostra o que já sabíamos. Mostra também o que alguns não querem ver. E mostra ainda o que alguns não acreditavam e hoje estão com cara de bunda envernizada depois de terem chamado o Bolsonaro de “mito” e votado nele “contra a corrupção”. Mas parece que ela só vem aumentado. Especialmente depois de 2016. Repetindo: depois de 2016! Mas ela não ia acabar? “Quá-quá-quá” para os patos amarelos!

 

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