“Numa época em que a extrema direita está se espalhando como uma epidemia esperamos que esse filme possa ajudar a entender como é crucial proteger nossas democracias. Viva o cinema brasileiro!” (Petra Costa, diretora de “Democracia em Vertigem”, indicado para o Oscar de melhor documentário, pelo Twitter).
“Para quem gosta do que urubu come, é um bom filme.” (Jair Bolsonaro, cheio de ódio, recalque e rancor, sobre o documentário “Democracia em Vertigem”, indicado para o Oscar).
O recalcado, inculto, tosco e fascista Jair Bolsonaro mais uma vez assaca contra a cultura brasileira. Mas não tem mesmo jeito. Tudo e todos a quem ele menospreza e desdenha, acaba ganhando destaque internacional positivamente, ao contrário dele que, internacionalmente, já virou pilhéria e motivo de vergonha para o Brasil perante o mundo. Primeiro foi o Chico Buarque. Bolsonaro sempre odiou o Chico. Então, o Chico ganhou o Prêmio Camões de Literatura de 2019. Inimigo das artes e dos artistas, Bolsonaro disse que não assinaria o prêmio ganho pelo Chico (que é chancelado pelos governos de Brasil e Portugal), o que o compositor considerou um segundo prêmio. Isso sem falar do Paulo Freire, a quem criminosamente Jair Bolsonaro chamou de “energúmeno”. Orgulho do Brasil no exterior, Paulo Freire ganhou incontáveis prêmios internacionais e, enquanto Bolsonaro não quer que Paulo Freire seja estudado no Brasil, ele é objeto de estudo em vários países.
Até com a ativista adolescente Greta Thunberg ele vomitou seu ódio, chamando a menina de “pirralha”. Pois foi só Bolsonaro chamá-la, de forma desdenhosa, de “pirralha”, que ela logo depois foi eleita a “Personalidade do Ano” pela revista Time. Já há até quem garanta que Bolsonaro, covarde como sempre, não irá à Conferência de Davos de 2020 com medo de encontrar a “pirralha”, que certamente iria engoli-lo em um debate. Principalmente porque, na Conferência, a Amazônia será um dos temas. Já pensou Bolsonaro falando em Davos que o Leonardo Di Caprio mandou tacar fogo na Amazônia? Mas há um outro “destaque” nisso tudo: enquanto a adolescente sueca foi eleita “personalidade do Ano” pela Time, Bolsonaro foi eleito o “idiota do ano” por uma TV francesa.
Agora é o documentário “Democracia em Vertigem”, da cineasta brasileira Petra Costa, que fala sobre a ascensão da extrema-direita no Brasil e o golpe que levou à derrubada da ex-Presidente Dilma. “Democracia em Vertigem” acaba de ser indicado pela Academia de Hollywood para o Oscar de melhor documentário. Aqueles que se vestiram de patos amarelos agora podem rever o papel deplorável que fizeram e como se expuseram ao ridículo em nível internacional. Claro que Bolsonaro e seus séquitos logo vão dizer que a Academia de Hollywood “é comunista ou esquerdista”. Bolsonaro pode ainda dizer que a indicação não passou de uma “retaliação do Leonardo Di Caprio”.
Qualquer obra de arte, inclusive cinematográfica, pode ter um viés ideológico, até porque não existe “neutralidade” ou “grau zero de ideologia” em nada. Mas quando se trata de um documentário, as coisas são diferentes. Um documentário deve primar pela autenticidade das fontes, pelo compromisso com a verdade, pela fidelidade dos fatos narrados e pelo embasamento documental. Então, o que o documentário “Democracia em Vertigem” tem para ser indicado ao mais importante prêmio do cinema internacional? Certamente, tudo isso.
Independentemente do que vai acontecer na entrega do prêmio, o recado foi dado e assimilado pelas cabeças pensantes do cinema mundial. A verdade sobre o golpe contra Dilma que levou a extrema-direita ao poder e um juiz parcial ao ministério da Justiça está exposta e internacionalmente reconhecida. Agora, parece que o mundo inteiro poderá saber do golpe, dos golpistas e dos patos-robôs. Parabéns Petra Costa! Parabéns ao cinema brasileiro! Parabéns à cultura brasileira! O resto é “mecanismo”…