Na foto acima, o militante de extrema-direita Eduardo Fauzi com o ideólogo fascista russo Alexander Dugin.
“Não resta outra forma além de responder com as próprias mãos.” (Eduardo Fauzi, militante de extrema-direita, confessando a participação no ataque ao “Porta dos Fundos”, em entrevista ao site Projeto Colabora, em 3 de janeiro de 2020).
Então o tal Eduardo Fauzi, terrorista de direita que participou do ataque à produtora do “Porta dos Fundos” fugiu do Brasil… pelas portas da frente e se mandou para a Rússia. É verdade que quando o bandido fugiu, dia 29 de dezembro, ele ainda não era considerado foragido, visto que seu mandado de prisão só foi expedido no último dia do ano. Porém, um fato gravíssimo chama nossa atenção: o bandido afirmou que soube com antecedência da decretação de sua prisão e isso mostra que alguém da Polícia ou da Justiça vazou a informação para o meliante. E ele admite isso, ao afirmar que “foi conectado”, em entrevista ao site Projeto Colabora. Na mesma entrevista, ele admite a participação no atentado:
“Achavam que fui muito estúpido prá não cobrir o rosto e não alterar a voz, mas fui conectado o suficiente prá ser avisado do mandado a tempo de viajar prá fora do país.”
A confissão de sua participação, bem como do vazamento de que seria preso, feitas ao site do Projeto Colabora não deixam mais quaisquer dúvidas sobre a periculosidade desse indivíduo e essa questão do vazamento exige, no mínimo, a abertura de nova investigação, pois mostrou que o bandido, como ele próprio falou, “é conectado suficientemente.” Quais são as suas “conexões”?
Agora Eduardo Fauzi diz que pedirá “asilo político” à Rússia. Isso mesmo: asilo político. Essa é mais uma para entrar na história de episódios e falas surreais que vêm marcando o nosso país. O cara é militante de extrema-direita e vive em um país com um governo de extrema-direita, sem sofrer qualquer perseguição, e ainda fala em “asilo político”. Que tipo de perseguição política esse pulha sofreu? Ao contrário, condenado e respondendo a diversos inquéritos criminais, incluindo envolvimento com milícias e agressão a mulheres, ele estava solto e cometendo crimes. Que tipo de perseguição política embasaria um asilo político para esse bandido? Nem mesmo o Presidente da República fez qualquer pronunciamento condenando o atentado que ele cometeu, ao contrário de sua postura em relação ao incêndio do “clone da Estátua da Liberdade” das Lojas Havan, de seu apoiador Luciano Hang, em que Bolsonaro pronunciou-se expressando sua solidariedade. Ressalte-se que não há qualquer indício de que o incêndio da estátua da loja do apoiador de Bolsonaro foi criminoso e, se for, terá igualmente todo nosso repúdio.
Agora, o pedido de extradição do bandido de direita está a cargo do Ministério da Justiça, que tem como ministro Sérgio Moro que, aliás, também não fez, e certamente não fará, qualquer pronunciamento condenando o atentado terrorista. Como também não fez qualquer pronunciamento sobre o sumiço do Queiroz. Como também não fez qualquer pronunciamento sobre Flávio Bolsonaro e sua “fantástica fábrica de chocolates”. Como esse governo se diz muito defensor da “família” e o cara diz “ter família” na Rússia, receio que Moro, mais uma vez, aplique a ele a “jurisprudência do perdão”…