Eles são liberais. Aliás, ultra-liberais e seguem a cartilha de Chicago. Eles pregam o “Estado mínimo” e sempre afirmaram que o Estado é um “estorvo” para o mercado. Mas, na verdade, eles querem o “Estado mínimo” para nós e não para eles. Para eles, na hora de pedir socorro, aí eles querem a presença do Estado, para que os prejuízos sejam estatizados, mas os lucros continuem sendo privatizados.
Assim, quando as instituições financeiras, das quais Paulo Guedes, o ministro-banqueiro, é o representante, estiverem em situação de crise, então não chama o “Posto Ipiranga”. Chama o PROER, que é o Programa de Reestruturação do Sistema Financeiro. É o “SOS” do Estado aos bancos que “não querem a interferência do Estado”. Deu prá entender?
Às vésperas do Natal, o “Bozo Noel” chegou para os banqueiros. Ontem, 23 de dezembro, o governo enviou ao Congresso um Projeto de Lei Complementar para socorrer os bancos que estiverem em vias de quebrar. É o uso de recursos públicos para a defesa e manutenção dos lucros privados. O que poderia significar esse “Papai Noel antecipado” para os banqueiros? Certamente uma tranquilidade para eles. Mas também uma suspeita de que algo poderá acontecer em termos de quebradeira. Senão, por que mandar nos últimos dias do ano uma proposta de recuperação dos bancos? Bom, pelo menos o Natal e a tranquilidade dos banqueiros já estão garantidos. O “Estado mínimo” que eles pregam é tão “mínimo”, tão “mínimo”, que só chega até eles. Mas para os outros é “estorvo”. Feliz Natal para todos aqueles em que o “Estado mínimo” não chega!