O “PATAMAR” DO ESPORTE GLOBO

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“Flamengo em festa com o vice do Vasco.” (Manchete do jornal “Extra”, em 1998, após a derrota do Vasco para o Real Madrid na final no Mundial de clubes).

“Orgulho do tamanho do Mundo.” (Manchete do jornal “Extra”, em 2019, após a derrota do Flamengo para o Liverpool na final no Mundial de Clubes).

A mídia, qualquer que seja ela, é sempre parcial. Mas há uma diferença entre parcialidade e isenção. Ser parcial é absolutamente natural, visto que, queiram ou não, ninguém, absolutamente ninguém, seja na política ou no futebol, é “filho de chocadeira”. Mas para um veículo de comunicação que alardeia ser “independente” e “isento”, só mesmo quem é cego, ou ainda não saiu (alguns jamais sairão) da caverna, pode acreditar nessa pseudo-isenção ou pseudo-independência.

Queremos falar hoje das diferentes, e muito diferentes, abordagens dada por um dos jornais da família Marinho, tentáculo das Organizações Globo, o jornal “Extra”. Primeiro, vamos às semelhanças dos fatos e, depois, às diferenças em relação às suas abordagens.

Em 1998 o Vasco era, sem dúvida, o melhor time de futebol do Brasil e havia recém conquistado o Estadual, o Brasileiro e a Libertadores; em 2019 o Flamengo é, sem dúvida, o melhor time de futebol do Brasil e vem de recém conquistas do Estadual, Brasileiro e Libertadores;

Em 1998 o Vasco disputou a final do Mundial de Clubes contra uma verdadeira “seleção mundial”, o Real Madrid, jogando de “igual para igual” contra a equipe espanhola e perdendo por 2 a 1, caindo “de pé”; em 2019 o Flamengo disputou a final do Mundial de Clubes contra uma verdadeira “seleção mundial”, o Liverpool, jogando de “igual para igual” contra a equipe inglesa e perdendo por 1 a 0, caindo “de pé”;

Em 1998 o Flamengo e os flamenguistas, com muita naturalidade, festejaram a derrota do Vasco no Mundial, o que é absolutamente normal no futebol, tratando-se de um insucesso do maior rival; em 2019 o Vasco e os vascaínos, igualmente com muita naturalidade, estão festejando a derrota do Flamengo no Mundial, o que é absolutamente normal no futebol, tratando-se do insucesso do maior rival.

Agora, as diferenças:

No dia seguinte à derrota do Vasco para o Real Madrid, em 1998, o jornal da família Marinho estampou em sua primeira página:

“Flamengo em festa com o vice do Vasco.”

Porém, no dia seguinte à derrota do Flamengo para o Liverpool, o mesmo jornal da família Marinho estampou em sua primeira página:

“Orgulho do tamanho do Mundo.”

E mais do que isso: em 1998, o jornal “Extra” estampava em sua primeira página a foto do Real Madrid levantando a taça e não o time do Vasco deixando o campo de “cabeça erguida”. Já em 2019 o mesmo jornal “Extra” estampa em sua primeira página a foto do time do Flamengo deixando o campo de “cabeça erguida” e não o Liverpool levantando a taça.

Por que, em 1998, após a linda trajetória do Vasco, o jornal global não falou em “orgulho do tamanho do Mundo” e estampou a foto do time do Vasco deixando o campo de “cabeça erguida”?

E por que, em 2019, após a linda trajetória do Flamengo, o mesmo jornal global não falou em “Vasco em festa com o vice do Flamengo” e estampou o Liverpool erguendo a taça?

Só não vê quem não quer. Mas a tal “isenção” da família Marinho, em se tratando de futebol, é a mesma “isenção” da política. O Vasco seria o PT e o Flamengo, o PSDB. Ou seja, é uma “isenção” que está “em outro patamar”!

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