A CPMF DIGITAL

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Depois de massacrar trabalhadores de um modo geral e poupar militares, juízes e parlamentares com sua reforma da previdência, Paulo Guedes, o ministro-banqueiro do governo Bolsonaro, aventou a hipótese de trazer de volta a CPMF, embora ele próprio não admitia que sua proposta se trate de uma nova CPMF. É aquela velha história: tem cara de CPMF, tem corpo de CPMF, tem jeito de CPMF, tem os mesmos efeitos da CPMF mas, para o banqueiro que ocupa o Ministério da Economia, não é CPMF. Usando um eufemismo ardil (em outras palavra, um “engana-trouxa”), Guedes afirma que sua ideia não seria uma nova CPMF porque trataria-se de tributação apenas para “transações digitais”, aquelas feitas por computadores e celulares.

Ocorre que o papel há muito que já foi embora de praticamente todas as transações bancárias. Tenho até as minhas dúvidas de se um adolescente que tenha 15 anos de idade já viu ou sabe o que é um talão de cheques. Até as agências lotéricas já sentem o baque, visto que muitas pessoas hoje pagam suas contam e até fazem suas apostas por meios digitais. Transações digitais há muito que deixaram de ser exceções e, gradualmente, estão se tornando regra. Uma pesquisa recente encomendada pela FEBRABAN (Federação Brasileira dos Bancos) mostrou que só o telefone celular corresponde a 1/3 das transações bancárias e, no total, internet e celular representam quase 60% das transações.

Assim, taxar transações digitais com um novo imposto visto que, dentro de algum tempo, todas as transações serão digitais, é criar uma nova nomenclatura para ressuscitar a CPMF. Os bancos, de quem Paulo Guedes é o grande preposto, agradecem. Alguma dúvida? Perguntem lá no “Posto Ipiranga”.

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