Existem várias estratégias, igualmente recorrentes e manjadas, das quais os governantes sem escrúpulos lançam mão quando percebem que estão perdendo apoio. Invocar Deus ou qualquer discurso religioso é uma dessas estratégias. Invocar o patriotismo e eleger “inimigos” externos visando angariar ao seu redor uma “aliança pela Pátria” é outra dessas estratégias. Mas há também apelos emocionais, como falar que está com uma doença grave. Poderia, por exemplo, ser um câncer. Dá um grande impacto. Comove o povo. Quem sabe, talvez até arrefeça a própria oposição.
Ontem, Jair Bolsonaro realizou exames de rotina no Hospital da Força Aérea em Brasília. Nada além disso. Ao deixar o hospital, portando, após o exame, Bolsonaro afirmou que estava com suspeita de câncer de pele e por isso fez a retirada de um sinal na orelha. Mas a versão de Bolsonaro foi desmentida pela própria Secretaria de Comunicação Social da Presidência, a SECOM. Em um comunicado, a SECOM deu a seguinte informação:
“O presidente Jair Bolsonaro esteve nesta tarde, em Brasília, no Hospital da Força Aérea Brasileira, onde passou por avaliação médica dermatológica. O presidente apresenta boas condições de saúde, SEM QUALQUER INDICATIVO DE CÂNCER DE PELE e mantém a previsão de agenda para a semana conforme programado.” (As letras maiúsculas aparecem no comunicado original).
Ficamos no aguardo de novas “mamadeiras de piroca”. Ou, quem sabe, um novo “Plano Cohen”? Até porque a tal facada já deu.