SERIA AQUI A “VENEZUELA”?

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“O governo não cumpriu nada do que prometeu. O preço do óleo diesel teve 11 altas consecutivas, em 2019. Não aguentamos mais ser enganados pelo senhor Jair Messias Bolsonaro, que protege o agronegócio e diz que o caminhoneiro só sabe destruir rodovias.” (Marconi França, líder dos caminhoneiros, em 6 de dezembro de 2019).

Sabe aquilo que os “reaças” da direita e bolsonaristas de um modo geral chamam de “virar uma Venezuela?” Ao invocarem essa suposta ameaça, os reacionários bolsonaristas falam em hiperinflação, ataques à imprensa e à liberdade de expressão, fechamento do regime, dentre outras barbaridades, que o Brasil jamais viveu em quase 14 anos de governos petistas que, diga-se de passagem, cometeu sim erros, mas que jamais colocou a democracia em risco. Afinal, será que, finalmente, os “dias de Venezuela” estão chegando? Ou já chegaram e estão pouco a pouco se apresentando? Vejamos:

Os ataques a veículos de imprensa que discordam ou criticam o governo têm sido feitos de todas a s formas por Bolsonaro, desde ameaças de cortes de publicidade oficial até retirada de veículos das licitações de assinaturas por órgãos do governo. A “Venezuela” seria aqui?

Nunca se ameaçou tanto a democracia como no governo Bolsonaro. O fetiche do AI-5 começou com o próprio Bozo, passou para seu filho Dudu, foi até o general e chegou no  “Posto Ipiranga” que, até então, só falava de economia. AI-5 sugere fechamento do Congresso, censura, cassação de mandatos eletivos e fim de garantias constitucionais, como o habeas-corpus. A “Venezuela” seria aqui?

Aliás, por falar em censura, a mesma tem sido um dos instrumentos mais usados pelo governo sempre que possível e o tal “viés ideológico”, que o próprio Bolsonaro afirmou que não teria lugar em seu governo, foi outra mentira. Desde a Ancine, com censura ao financiamento de produções cinematográficas, até o Itamaraty, com embaixadores sendo escanteados pelo ministro olavista-fundamentalista das Relações Exteriores, vêm sofrendo com as perseguições do governo bolsonarista. A “Venezuela” seria aqui?

E a inflação? E o dólar? Bateram recordes históricos. Puxada pelo absurdo preço da carne (que a ministra bolsonarista da Agricultura, Tereza Cristina, chegou a dizer estar muito barata), a inflação chegou a 0,51% em novembro, a mais alta nos últimos 4 anos. Ou seja, nem o golpe de 2016 e nem a eleição de Bolsonaro aliviaram o bolso do trabalhador. Quanto ao dólar, passando dos 4,20 reais, perguntem aos bobalhões que foram bater panela contra a Dilma reclamando que o dólar poderia chegar ao valor de pi (3,14). A verdade, é que os babacas não vão mais para a Disney mesmo. A “Venezuela” seria aqui?

Agora, os caminhoneiros ameaçam com uma paralisação a partir do próximo dia 16. Paralisação dos caminhoneiros, aliás, que foi apoiada por Bolsonaro em maio do ano passado e quando, em pleno governo golpista de Temer, o Brasil viveu sim “dias de Venezuela” com falta de alimentos, combustíveis, remédios, dentre outros produtos de primeira necessidade. Lembrando: com o PT já fora do poder. Ao apoiar a greve dos caminhoneiros no ano passado, já como candidato, Bolsonaro acenou com promessas que, segundo os caminhoneiros, não foram cumpridas. Os sucessivos aumentos do óleo diesel são a grande causa da insatisfação por parte daqueles que acabariam apoiando Bolsonaro em 2018 e, como tantos, já viram a furada em que se meteram e acabaram metendo o país.

Resta saber como Bolsonaro reagirá diante de uma paralisação dos caminhoneiros que, repita-se, ele apoiou em 2018. Pelo histórico do governo, ele poderá pedir AI-5, GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ou até mesmo chamar os caminhoneiros de “comunistas”. Talvez ele peça alguns conselhos ao Maduro. Duvidam? Para quem já elogiou Hugo Chaves e até falou que ele seria “uma esperança para a América Latina” não seria nenhum absurdo. Seria mesmo a “Venezuela” aqui?

 

 

 

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