O rompimento de Jair Bolsonaro com o governador Wilson Witzel, abriu um vácuo na ramificação do bolsonarismo no Rio de Janeiro. Se antes a maior expressão do bolsonarismo no Rio de Janeiro era Witzel agora, com o rompimento, Crivella quer ocupar esse espaço, visando evidentemente sua reeleição em 2020. Crivella mira no eleitorado ultra-conservador de Bolsonaro que votou em Witzel em 2018.
E Crivella sabe que não tem tempo a perder. Após o lançamento do partido “calibre 38” de Bolsonaro, a primeira tarefa que os fascistas terão pela frente é conseguir as quase 500 mil assinaturas (físicas e não digitais) de adesão à legenda da família Bolsonaro. O trabalho, que parece ser hercúleo (perguntem à sumida Marina Silva), requer muita peregrinação mas parece que, no caso do partido bolsonarista, as coisas serão um tanto facilitadas com a ajuda do dono da Igreja Universal e tio de Crivella, Edir Macedo. Aliado de Bolsonaro, Edir Macedo já se colocou à disposição do líder do clã fascista para ajudá-lo na formação do partido de ultra-direita. E a primeira grande ajuda de Edir Macedo não poderia ser outra: a coleta das assinaturas de adesão. Os pastores da Igreja Universal, da qual Macedo é o dono, já serão instruídos para coletar as assinaturas dos fiéis.
Não há dúvida de que um dos braços mais fortes do partido bolsonarista será a comunidade evangélica, especialmente aquelas ligadas a Edir Macedo e Silas Malafaia. E é exatamente aí que entra Crivella. Com uma administração desastrosa no Rio de Janeiro, Crivella se enquadra perfeitamente nos princípios fundamentalistas defendidos pela família Bolsonaro e poderia, especialmente com o lastro da Igreja Universal, dar o apoio para a formação do partido e, em troca, ter o apoio de Bolsonaro em 2020, visando sua reeleição à prefeitura do Rio de Janeiro. Ele ocuparia, assim, o vácuo do bolsonarismo deixado por Witzel que, na dança das cadeiras da direita, fala-se até que poderá ir para o PSL, usado e recém-defenestrado por Bolsonaro.
Parece que a Igreja Universal está até fazendo uma promoção, tipo um “bônus”. Hoje está sendo noticiado que os pastores da igreja de Edir Macedo estão fazendo uma promoção nos templos. Trata-se de uma troca de assinatura pela isenção da contribuição por um culto. É o vale-tudo! Outras igrejas aliadas de Bolsonaro também estão na mobilização pela obtenção das assinaturas. Tudo para que haja tempo de o partido de extrema-direita poder participar das eleições municipais de 2020. Já é Natal na Universal! Assine e ganhe o direito de não participar da sacolinha por um culto!