No mesmo dia em que governistas-entreguistas, capitaneados pelo ministro dos banqueiros e dos mercados, Paulo Guedes, alardeavam a realização do tal megaleilão que entregaria, a preço de banana podre, o pré-sal aos estrangeiros, Bolsonaro tuitava provocando o novo alvo de suas paranoias neofascistas: o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, sua nova obsessão. Bolsonaro, como sempre mentindo e em tom de provocação e hostilidade, publicava nas redes sociais que fábricas estrangeiras estariam fechando na Argentina e se transferindo para o Brasil. Bolsonaro falava, em seu post, da falta de credibilidade das empresas no governo recém-eleito da Argentina. Mas Bolsonaro, quando fala asneiras, as fala com direito a toques de comédia. Vejam o que disse o capitão reformado:
“A MWM, fábrica de motores americanos, a Honda, gigante de automóveis e a L’Oréal anunciaram o fechamento de suas fábricas na Argentina e instalação no Brasil. A nova confiabilidade do investidor vem para gerar mais empregos e maior giro econômico em nosso país.”
A postagem de Bolsonaro, provocando o seu novo inimigo da Argentina, foi ao ar no dia de ontem. Pouco depois, as empresas citadas desmentiram a afirmação de Bolsonaro, que acabou apagando a mensagem. Além disso, estamos até agora a nos perguntar o que o Bozo quis dizer ao afirmar que a MWM “é uma fábrica de motores americanos…” (lembrando que a empresa é brasileira).
Enquanto Bolsonaro esbanjava besteiras, ódio e mentiras pela internet, era aguardado com ansiedade o megaleilão do pré-sal que representaria, ao contrário do que Bolsonaro queria afirmar sobre a Argentina, a confiança das empresas e do mercado no Brasil bolsonarista. Aguardava-se a arrecadação de mais de 105 bilhões de reais, com o interesse e confiança de empresas. Porém, o “mega” virou “mini” e o total arrecadado não passou dos 70 bilhões, bem abaixo do previsto e alardeado pelo governo. Acrescente-se que a própria Petrobras arrecadou dois blocos que não tiveram oferta e, sendo assim, arrematados pelo lance mínimo. Nos demais blocos, não houve empresas interessadas. E mais: a Petrobras ainda terá como sócias empresas estatais da China. Não sei o que Bolsonaro afirmou depois de ver que só os comunistas chineses confiaram no leilão de seu governo. O mercado, “fetiche” de Paulo Guedes, reagiu ao fracassado leilão e o dólar disparou no dia de ontem.
Conclusão: enquanto Bolsonaro fica em eterna campanha, brincando de “trollar” na internet, os comunistas da China não brincam em serviço e aí estão, abocanhando nacos do nosso pré-sal. Pelo visto, Bolsonaro vai levar um baita esporro do seu guru nefelibata, por ter deixado “aqueles comunistas filhos das putas participarem do leilão”.