ALERJ E O SILÊNCIO DOS GENERAIS

generais em silêncio

Ontem a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decidiu pela soltura de cinco deputados presos por corrupção, acusados na operação “Furna da Onça”. Mais uma vez, a exemplo do que já havia feito no caso Aécio, a ministra do STF Carmen Lúcia passou a bola para os pares dos deputados presos e assim o resultado já era esperado. Assim, tal como Aécio, os cinco deputados soltos pelos seus colegas poderão, além de retomar a liberdade, resgatar os seus mandatos.

Sem entrar no mérito da questão e tampouco sem considerar qualquer filigrana jurídica ou judiciária, o que mais chamou-nos a atenção no dia de ontem, quando a ALERJ tomaria uma decisão que poderia soltar cinco presos acusados de corrupção, foi o “silêncio dos generais”. Isso mesmo: nenhum tuíte de nenhum general. Nenhuma ameaça, explícita ou velada, de nenhum general. Nenhum recadinho subliminar, pelas redes sociais, de nenhum general. Nenhuma previsão apocalíptica de “convulsão social” feita por nenhum general. Nenhuma invocação, por nenhum general, do artigo 142 da Constituição Federal. Por que será? Será por quê?

Causou-nos espécie o silêncio dos generais no dia de ontem porque, desde o ano passado, sempre que o STF estivesse prestes a tomar alguma decisão, em matéria constitucional, que pudesse redundar na soltura de um determinado preso (o mais ilustre de todos), então os generais reagiam, “em nome da lei e da ordem”: socos na mesa, ameaças ao Supremo, tuítes com mensagens de aviso quase que diretamente direcionadas a determinados ministros do Supremo, mensagens de que “a tropa está atenta”, e por aí vai. Tudo “em nome da lei e da ordem”. Assim, esperávamos que a preocupação dos “generais tuiteiros” também se manifestasse no dia de ontem, quando cinco deputados corruptos seriam soltos por decisão de seus colegas. Aliás, o que já era esperado. O que não era esperado era o silêncio dos generais no dia de ontem.  Já sei. Eles estão guardando a voz e poupando o verbo e os tuítes para o dia de hoje. Uma pena que os tuítes e a verborragia ameaçadora dos generais tenham régua, seletividade e viés ideológico.

 

Um comentário sobre “ALERJ E O SILÊNCIO DOS GENERAIS

  1. Afonso Guedes

    Nessé caso específico penso que a conduta tomada foi, do ponto de vista legal, a mais correta. Estavam em prisão preventiva que tem por finalidade impedir que o acusado prejudique a investigação . Essa já havia terminado e os promotores fizeram o seu papel. Logo não ha razão legal para msnte,-los presos. Após julgamento formal, se for o csso, serão encarcerados.

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