“Olha só, nós estamos com 26, falta só uma assinatura prá gente tirar o líder, tá certo. E botar outro…” (Jair Bolsonaro, a interlocutor não identificado, conspirando contra o líder do seu próprio partido).
“Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 246 cidades para defender o nome desse vagabundo.” (Deputado Delegado Waldir, líder do PSL, se revoltando contra Bolsonaro, que tenteu derrubá-lo da liderança e colocar seu filho Eduardo).
Quem com mentiras no WhatsApp fere, com grampo telefônico será ferido. E o barraco no PSL só aumenta. Agora, Bolsonaro foi pego em um grampo telefônico, onde pede mais uma assinatura para mudar o líder do PSL, o Delegado Waldir, e emplacar em seu lugar, como não poderia deixar de ser, o seu filho Eduardo. Então, o delegado Waldir reagiu e, em uma reunião na liderança do partido, chamou Bolsonaro de “vagabundo”. De sobra, ainda ameaçou tornar pública uma gravação que comprometeria Bolsonaro e o “implodiria”.
E, no fim, Bolsonaro foi derrotado pelo seu próprio partido. A conspiração era dada como certa por Bolsonaro e seus seguidores e Eduardo Bolsonaro, com uma lista que continha assinaturas “fakes” de deputados do PSL, chegou até a dar entrevista como “líder”. Mas a lista bolsonarista foi rejeitada e a que apoiava a manutenção do Delegado Waldir como líder do partido é que foi validada pela mesa da Câmara dos Deputados.
E Bolsonaro, para retaliar a derrota que sofreu em seu próprio partido, destituiu a deputada Joice Hasselmann, que não apoiou Eduardo Bolsonaro, da função de líder do governo no Congresso. Em resposta a deputada, que já vem brigando há tempos com Dudu Bolsonaro por causa da indicação do partido à prefeitura de São Paulo, confessou que “estava cansada de fazer discursos para consertar as trapalhadas desse governo.”
Então Bolsonaro é chamado de “vagabundo” pelo líder do próprio PSL, que ainda diz que irá “implodi-lo”. E Joice Hasselmann diz que se cansou de discursar para defender as trapalhadas do governo. A que ponto Bolsonaro consegue chegar em menos de um ano de mandato!
Na lista de inimigos reais e imaginários, Bolsonaro agora já tem mais um para o seu “índex”: o seu próprio partido. Pelo visto, Bolsonaro vai acabar (aliás, já está ficando) sozinho, rodeado pelos seus três filhotes, vendo Hitler na goiabeira.