Eduardo Bolsonaro jogou à cova dos leões das milícias virtuais fascistas-bolsonaristas dois jornalistas da Revista Época que fizeram uma matéria sobre sua mulher, Heloísa Bolsonaro. O “filho 03”, bem como sua digníssima esposa, não teriam ficado satisfeitos com uma reportagem sobre um curso de coaching que é ministrado por Heloísa e partiram para o ataque. Heloísa disse que irá processar o jornalista João Paulo Saconi, responsável pela matéria, que teria se passado por cliente para obter e divulgar informações sobre o curso. Até aí, tudo dentro da lei e a Constituição prevê até o direito de resposta. Porém, o pretenso embaixador que gosta de mostrar pistola para dar sinais de poder, preferiu outra via. A via da covardia. A via do fascismo “in natura”.

Visando tornar os jornalistas alvos de ataques, ofensas e ameaças dos exércitos virtuais de Bolsonaro, Eduardo postou fotos e e-mails do editor e da diretora da revista em que foi feita a publicação da matéria. Os jornalistas em questão são Plínio Fraga e Daniella Pinheiro. A reportagem da revista Época mostra detalhes sobre o curso, incluindo o preço e, segundo a matéria, Olavo de Carvalho é citado e parece fazer parte da “bibliografia básica” do curso ministrado pela “senhora 03”.

Com a divulgação das fotos e e-mails dos jornalistas, os mesmos ficaram vulneráveis e expostos a ataques, ofensas e, principalmente, ameças dos bolsonaristas. E a intenção de Eduardo Bolsonaro foi exatamente essa. Aliás, uma postura exemplar de “diplomacia” para quem pretende ser embaixador nos Estados Unidos e que vai muito além de ser filho do Presidente e fritar hambúrgueres. Não custa lembrar que Sérgio Moro, que vem sendo humilhado no governo por Bolsonaro, já declarou sua solidariedade ao casal. Talvez para tentar manter o seu emprego. Enquanto isso, Jair Bolsonaro inflamava ainda mais, postando mensagens onde acusava a imprensa de não ter limites.

A exposição e consequente ameaça de jornalistas pela família Bolsonaro não é um fato inédito e não causa qualquer surpresa. A Revista Época pertence ao grupo Globo, da família Marinho e, assim, cabe registrar que o grupo Globo continua colhendo os frutos daquilo que, em grande parte, ajudou a semear. Os monstros que hoje voltam seus tentáculos contra ele foram, lá atrás, germinados quando as Organizações Globo diziam fazer um tal “jornalismo independente”, metendo a porrada em uns e aliviando o couro de outros. Eles acabaram não elegendo seu candidato, mas se tivessem sido equânimes em seu jornalismo pseudo-independente, certamente a metástase que hoje os ataca não teria chegado ao poder.