“Dória está morto para 2022…André Mendonça, ministro da AGU, é terrivelmente supremável.” (Jair Bolsonaro, em 31 de agosto de 2019, em almoço com militares).
A direita está em guerra. O barraco entre Bolsonaro e Dória está mais explícito do que sexo nos filmes de Alexandre Frota. E, na briga que marcou o fim da aliança denominada “Bolsodória”, como não poderia deixar de ser, sobrou mais uma vez para o Moro. Em almoço com militares e com a presença de jornalistas que não puderam usar gravadores ou celulares, Bolsonaro mais uma vez não perdeu a oportunidade de desidratar o “ex-futuro super-ministro” Sérgio Moro. E, para isso, chegou a lançar um neologismo, ao criar o adjetivo “supremável”, quando disse que André Mendonça, ministro da Advocacia-Geral da União, é “terrivelmente supremável”, querendo com isso mandar o recado de que o tal “bilhete premiado” de Moro (a vaga no STF) deverá certamente parar em outras mãos.
Enquanto isso, o barraco entre Bolsonaro e Dória continua em ritmo acelerado. Depois de ter afirmado que Dória “mamou nas tetas do BNDES” nos tempos dos governos do PT, agora Bolsonaro disse que seu ex-aliado tucano “está morto para 2022”. Acrescentou, ainda em relação a Dória, que “não dá para você forçar ser quem você não é”, subestimando Dória como um virtual adversário em 2022.
Na verdade, Bolsonaro já vem perdendo apoio de vários setores da direita. O próprio MBL, organização direitista que apoiou Bolsonaro, já pulou do barco e está em constantes atritos com Bolsonaro. As defecções, tanto do governo, como do PSL, mostram que o conglomerado de alianças que elegeu Bolsonaro está em processo de fratura exposta, mostrando-nos uma divisão da direita que talvez nunca tenha ocorrido no Brasil.
Bolsonaro, em seu “jacobinismo direitista”, vai isolando-se cada vez mais. Ele já chegou ao ponto de dizer que o MBL é “comunista” (sic!) e que o Dória era “peixe do PT” (mais uma vez sic!) Ao dizer que Dória era “peixe do PT“, Bolsonaro reconhece subliminarmente que o ex-aliado é um possível candidato que ameaça sua reeleição. Por que associar Dória ao PT? Sem dúvida é uma estratégia para tentar, mais uma vez, ganhar a eleição na base do ódio ao partido de Lula, tentando requentar precocemente o antipetismo para 2022. Até lá, entre “mortos” e “supremáveis”, vamos ter muitas baixarias e, provavelmente, não seja preciso nem mais o “bobo da corte”, táoquei?