Certamente o substantivo “cocô” e o verbo “cagar” são as palavras mais icônicas para simbolizar tudo o que representa Bolsonaro e seu governo. E essa certeza já transcende o país, pois até os franceses já estão convictos disso. O que imaginar de alguém que cagou até para os seus aliados? Sim, porque Bolsonaro cagou para o Magno Malta. Bolsonaro cagou para o Gustavo Bebianno. Bolsonaro cagou para os generais. Bolsonaro cagou para o Alexandre Frota. Isso, sem falar que ele caga para a educação, para a ciência, para o meio ambiente, para a cultura, para a arte, para a imprensa, para os direitos humanos, para a Constituição, para o Congresso Nacional, para a soberania do país. E ele também caga diariamente por via oral, expelindo barbaridades em doses industriais, como foi, na semana passada, a sua receita para a preservação ambiental. No Brasil, foi um misto de lamentos e piadas, onde o ridículo presidencial foi de uma dimensão incomensurável.
Agora foi a vez da revista francesa Charlie Hebdo, aquela que foi alvo de ataques terroristas em 2015, mas nem por isso se calou. Especialmente estando no país da “liberdade, igualdade e fraternidade”. A revista, em edição que foi às bancas nesta quarta-feira, 14 de agosto, retrata Bolsonaro fazendo cocô em um sorvete bem no meio da bandeira brasileira e satiriza a sua lamentável e ridícula declaração, onde recomendava a todos a síntese de sua “política ambiental”: “é só fazer cocô dia sim, dia não, para preservar o meio ambiente.” Na charge, de autoria do cartunista Nicolas Tabary, Bolsonaro é advertido:
“Não é bom, senhor Bolsonaro, fazer cocô em todo mundo!”
E o “Bolsonaro da charge” responde:
“É bom, porque eu faço cocô todos os dias, para preservar o meio ambiente e o planeta.”
O governo de Bolsonaro já chegou precocemente ao fundo do poço em termos de vexames internacionais. De Davos à Casa Branca. Ridículo e patético. Lamentável que o homem eleito para representar o país tenha levado o Brasil a este festival de vexames. Porém, infelizmente a coisa é mais séria do que se pode pensar e vai muito além das supostas ou simbólicas excreções. Dentre outras coisas, o “tal cocô salvador do meio ambiente”, que simboliza a “política ambiental” de Bolsonaro, está custando caro ao nosso país. Depois da Alemanha, agora foi a Noruega que anunciou a suspensão de repasses para a proteção da Amazônia. Também o governo francês vê com ceticismo a “política ambiental” de Bolsonaro e tudo isso ameaça até o tal acordo Mercosul-União Européia, pois a “política ambiental à base do cocô” não pode ser mesmo levada a sério, embora também não seja nem um pouco engraçada.
Enquanto isso, a Charlie Hebdo deve se precaver de eventuais ataques virtuais dos “bots bolsonaristas”. Mas vai ser tudo virtual mesmo e aqueles robozinhos fascistas não serão capazes de calar a voz de um veículo que não sucumbiu e nem se intimidou mesmo depois de ataques terroristas reais. Será que o Carluxo vai escrever em francês? Haja “caca”…