“Achamos que há risco sim, mas que o risco tá bem pago rs” (Deltan Dallagnol, em conversa com o procurador Roberson Prozzobon, em fevereiro de 2019, admitindo a ilegalidade e imoralidades de seu ato, ao encontrar-se secretamente com banqueiros).
Dallagnol, o comparsa de Moro na farsa criminosa da Lava Jato já não engana a mais ninguém. E que não venha com esse papo de religioso, que faz jejum espiritual, que é moralista, porque já não cola mais. Na verdade, o fetiche e o “Deus” de Dallagnol é o dinheiro. O “moralista lavajatista” que vendeu palestras clandestinas a banqueiros às vésperas das eleições já está na mira do próprio Conselho Nacional do Ministério Público. Segundo informação da coluna Painel, da Folha de São Paulo, o referido Conselho já teria maioria para punir Dallagnol. Isso nos leva a pensar que dificilmente haverá corporativismo no julgamento do “procurador dos cifrões”. Até porque procuradores que agem com retidão (a grande maioria) não iriam bancar o lodaçal em que Deltan e seu chefe Moro colocaram a Justiça brasileira.
Em meio às ameaças terroristas de Moro, no mesmo dia em que o ministro bolsonarista da Justiça assinava a Portaria 666, que permite a deportação sumária de estrangeiros “perigosos” do país, em um nítido sinal de ameaça, o jornalista Glenn Greenwald não se intimidou diante das ameaças fascistas de Moro e ontem, em mais uma publicação dos subterrâneos da Lava Jato, foram divulgadas as relações promíscuas entre Dallagnol e banqueiros. Dallagnol chegou até mesmo a aventar o risco de procuradores da República reunirem-se com banqueiros. Mas o próprio Dallagnol parece ter dirimido a dúvida, tendo em vista as cifras e, em sua confissão de crime, afirmou que “há risco sim, mas o risco tá bem pago…risos…”
E isso ainda não era nada. Deltan Dallagnol, o “moralista”, em outras conversas divulgadas, já falava de seu plano de abrir uma empresa de palestras, junto com outro procurador e onde suas próprias mulheres iriam atuar como “laranjas” do negócio. Ele também queria que dinheiro da Petrobras fosse desviado para um fundo bilionário, onde ele seria o administrador. Seria um fundo administrado pelo Ministério Público para “combate à corrupção” e que certamente repassaria recursos para qual empresa? E o que dizer de Dallagnol ter recebido 33 mil reais para realizar palestra em uma empresa (a Neoway), que estava sendo investigada pela Lava Jato?
Deltan Dallagnol tem muito o que explicar. Deve explicações à sociedade brasileira. Deve explicações ao Conselho Nacional do Ministério Público. Deve explicações aos seus colegas do Ministério Público, visto que ele envergonhou a instituição. E deve explicações, principalmente, à Justiça, pelos seus crimes confessos que foram revelados. Uma coisa, entretanto, não deixa mais dúvidas para ninguém: a religião desse inescrupuloso é o dinheiro!