O que há por detrás da Tábata Amaral, do PDT de São Paulo, a jovem deputada federal que arrasou o ex-ministro bolsonarista da Educação em uma audiência? Naquela ocasião, muitos a viam como uma jovem força progressista, a serviço da defesa dos interesses populares no Congresso. A esperança ficava ainda maior dentro do próprio PDT, há tempos sem ter no Congresso uma jovem liderança na luta pelos interesses dos trabalhadores.
Agora, a jovem deputada Tábata Amaral mostrou, de fato, para o que veio. E malogrou as esperanças. Ela votou, na comissão especial, a favor da reforma da previdência do preposto dos banqueiros Paulo Guedes. E certamente também votará a favor da reforma no plenário. Como uma jovem deputada, que em sua primeira notável atuação na Câmara dá todas as esperanças de representar os interesses populares vota contra a aposentadoria dos trabalhadores?
Na verdade, Tábata Amaral nunca foi independente. Ela foi eleita com o apoio decisivo do empresário Jorge Paulo Lemann. Ele é o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna que se aproxima dos 30 bilhões de dólares. Ele também é banqueiro e tem um conglomerado de empresas, que vão de cervejaria até empresas de fast food. Jorge Paulo Lemann chegou até a criar a sua própria “bancada”, formada por candidatos apoiados por ele, e Tábata é uma das componentes da chamada “bancada Lemann”. O PDT, para ela, foi apenas uma formalidade. Principalmente em São Paulo, onde poucos até sabem que o PDT existe. Com um apoio desses, evidentemente a deputada Tábata Amaral não poderia ser independente e seu voto favorável à reforma da previdência é a conta da fatura. Só que a deputada já está repassando essa fatura para os trabalhadores e aposentados. Jorge Paulo Lemann, Paulo Guedes e outros banqueiros agradecem.