Aécio Neves, o “ex-ídolo dos bolsonaristas”, está com os dias contados no “Novo PSDB”. O partido, tomado de assalto por João Dória, já está trabalhando para 2022, visando eleger o atual governador de São Paulo para o Palácio do Planalto. Ao virar réu depois de pedir propina de 2 milhões a Joesley Batista, em um escândalo que, apesar de rumoroso, “emudeceu” muitos “moralistas”, o agora “Novo PSDB” quer ver o playboy do pó pelas costas. Ter Aécio no partido seria, para Dória, um estorvo à sua candidatura presidencial. Parece que João Dória irá conseguir fazer o que os cardeais tucanos, defenestrados por ele do partido, não conseguiram ou não tiveram a coragem de fazer.
O ocaso do PSDB original, aquele fundado em 1988 como dissidência do PMDB, não vem de hoje. Pouco a pouco, o partido foi tornando-se liberal, isso já no governo FHC. As posturas privatistas e anti-nacionalistas na economia, além do ataque aos direitos dos trabalhadores, também contribuíram para que o PSDB deixasse de ser, de fato, uma opção social-democrata. Porém, o inconformismo com a derrota eleitoral em 2014, o protagonismo do PSDB no golpe de 2016 e sua participação no governo criminoso de Temer, acabaram com o partido, do ponto de vista ideológico, moral e eleitoral. Nem com seus seus principais nomes, como FHC, Serra e Alckmin, sendo poupados pela Justiça, apesar de vários escândalos, o partido conseguiu decolar. E Dória o tomou para si.
Resta sabermos qual será o destino do Aécio. Algum partido irá aceitá-lo? Talvez ele até abra mão de seu mandato de deputado e aceite uma vaga de emprego como despachante de bagagens do avião presidencial. A conferir.