O nível de rejeição ao governo ultra-direitista de Jair Bolsonaro vem aumentando. A avaliação negativa cresceu 7 pontos em apenas um mês. É o que mostra os resultados da pesquisa XP/Ipespe, realizada entre os dias 11 e 13 de março. De acordo com o levantamento realizado, o percentual daqueles que consideram o governo “ótimo” ou “bom” caiu de 40% para 37%. Já as avaliações negativas, ou seja, os que consideram o governo “ruim” ou “péssimo”, teve o percentual elevado de 17% para 24%.
É necessário esclarecer que os dados da pesquisa mostram que o nível de aceitação do governo Bolsonaro, se comparado com outros presidentes eleitos, é o mais baixo de todos, considerando-se o mês de março. Collor, Fernando Henrique, Lula e Dilma tinham níveis de aprovação bem mais elevados do que os alcançados por Bolsonaro na mesma época, ou seja, pouco mais de dois meses após a posse. A continuar nessa evolução, antes mesmo da metade de seu mandato Bolsonaro conseguirá a façanha de tornar-se mais rejeitado e impopular do que o golpista Temer. O gráfico abaixo nos mostra a evolução da avaliação do governo de extrema-direita desde o dia 19 de janeiro, em comparação com a avaliação feita com os últimos oito meses do governo golpista de Temer:
Além do aumento da avaliação negativa, também aumentou o número daqueles que parece não verem perspectivas de melhoras no governo Bolsonaro. A pesquisa XP/Ipespe mostra que as expectativas em relação ao restante do mandato de Bolsonaro (aproximadamente 3 anos e 9 meses) caíram pelo segundo mês consecutivo. Se em janeiro, mês da posse, 63% dos brasileiros esperavam uma gestão “ótima” ou “boa”, esse percentual caiu para 60% em fevereiro e agora despencou para 54%. Em contrapartida, o percentual dos que esperam um restante de governo “ruim” ou “péssimo”, que era de 15% em janeiro e fevereiro, subiu para 20% em março, conforme mostra o gráfico:
A pesquisa ouviu 1000 entrevistados por telefone em todas as regiões do Brasil e o nível de confiança é de 95,45%. Evidentemente os resultados da pesquisa são péssimos para um Presidente em início de governo e que detinha um expressivo capital político. Porém, desde a transição percebia-se que o governo seria problemático. Ameaças à imprensa, uma política externa temerária, escândalos de candidaturas laranjas envolvendo inclusive seus ministros, escândalos financeiros envolvendo sua família no caso Queiroz, associação de sua família com quadrilhas milicianas fizeram a tal máscara da “moralidade e combate à corrupção” cair muito cedo. Acrescente-se o fato de Bolsonaro ter sido eleito sem qualquer projeto para o país e parecer estar, permanentemente, em campanha. Bolsonaro jamais dialogou com a sociedade e virou o primeiro presidente tuiteiro da história do Brasil, preocupando-se apenas em atacar adversários. Para manter a adesão de sua claque fundamentalista foi capaz até de postar um vídeo pornográfico de “ducha dourada”. Mas Bolsonaro não está só. As trapalhadas e asneiras abissais expelidas em doses industriais por seus ministros, igualmente fundamentalistas, não dão a mínima perspectiva de alguma esperança para o muito que ainda resta do nefasto governo de ultra-direita. Militares e “olavistas” não se entendem. Fundamentalistas evangélicos querem criar um Estado teocrático. O PSL se afoga no laranjal. E os filhos são capazes até de derrubar ministro. E ainda não se passaram três meses de governo. Será que o “Bozo” chega na próxima pesquisa?