O populismo barato, escroto e desnecessário de Jair Bolsonaro, ao assinar seu termo de posse com uma caneta da marca “BIC”, não corresponde à parcimônia que ele próprio havia prometido em relação ao que chamou de “farra” com o cartão corporativo da Presidência da República. Os gastos com o cartão de crédito corporativo na gestão bolsonarista já registraram um aumento de 16% em relação à média dos últimos 4 anos, já considerada a inflação do período. A gestão da “nova era”, que afirmou que “acabaria com a mamata” (referindo-se aos governos de Lula e Dilma) do cartão de crédito corporativo da Presidência da República, não apenas a manteve como a aumentou, e apenas nos dois primeiros meses de governo, os gastos com o cartão corporativo chegaram a atingir mais de 1 milhão e 100 mil reais.
Além dos gastos nababescos, percebe-se a falta total de transparência. Isso porque quase todos os beneficiários dos pagamentos não são revelados e nem sequer, na maioria dos casos, sabe-se o que foi comprado ou qual serviço foi prestado pagando-se com o cartão. Os dados abaixo, do Portal da Transparência, mostram a evolução dos gastos com o cartão corporativo da Secretaria de Administração da Presidência da República, em milhares de reais, onde podemos ver que, canetas “BIC” à parte, Bolsonaro e seus familiares nada têm de parcimoniosos quando se trata de dinheiro público:
2017 – 0,683
2018 – 1,008
2019 – 1,142
O governo não revelou detalhes sobre os gastos. Bolsonaro explicou, sem convencer, que o aumento das despesas justifica-se em razão dos gastos com a posse, o que é inaceitável para quem, na cerimônia, mostrando seu viés “franciscano”, usou uma caneta “BIC”. Alguém poderia argumentar que os gastos de 2015, no governo Dilma, foram muito parecidos com os de Bolsonaro no mesmo período. Porém, a mesma fonte revela que os gastos da Secretaria da Presidência, em 2015, corresponderam a apenas 14% dos gastos, contra 21,5% dos gastos atuais só com a Presidência. Gostaríamos de ver se, em alguma fatura, existe a compra de canetas “BIC” (mais de uma, porque uma poderia falhar). A verdade é que os gastos estão muito mais para “Montblanc” do que para “BIC”. Isso porque, na “nova era”, a “mamata ia acabar”…