Hoje, dia 2 de setembro de 2018, ao ler o jornal do Brasil, não poderíamos imaginar que estivéssemos diante de um vaticínio. O recado estava dado. À noite, chegaria a fatídica notícia.
Exatamente 40 anos depois do incêndio do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o domingo termina com a história e a cultura de luto. O Museu Nacional foi completamente destruído neste dia 2 de setembro de 2018. A notícia começou a ser divulgada por volta das 19 horas e 30 minutos. Assim como em 1978, no MAM, o Rio de Janeiro perde um acervo incalculável, desta vez, em termos de história natural, antropologia, arqueologia, fauna, flora, além da pesquisa científica. 200 anos depois de sua fundação, o Museu Nacional que, há tempos vinha pedindo socorro, hoje foi destruído pelo fogo.
Não há dúvida de que o incêndio foi criminoso. Foi um crime de Estado. Os cortes de verbas para a cultura, para a pesquisa e para a educação determinados especialmente na PEC do congelamento de investimentos do governo golpista, coloca Temer, sua quadrilha e todos aqueles que apoiaram essa criminosa medida, como co-responsáveis dessa tragédia anunciada. Lamentavelmente é simbólico que, em tempos de tanto obscurantismo em nosso país, com invasões e censura a exposições, com ameaça, por parte dos fascistas, de incendiar livros de Paulo Freire e de toda agressão que a ciência, a cultura, a arte e a educação vêm sofrendo por parte de um governo corrupto e lacaio dos interesses do grande capital, o Museu Nacional seja destruído pelo fogo. Governo esse que, não satisfeito em entregar nossas riquezas, destrói o nosso patrimônio histórico. O Museu Nacional, a exemplo de outras entidades culturais e científicas, já vinha pedindo socorro há tempos. Mas o governo golpista de Temer só socorre banqueiros, ruralistas e grandes empresários.
Há tempos que a situação de penúria do Museu Nacional vinha sendo denunciada. Ao completar 200 anos, a Imperatriz Leopoldinense ainda o homenageou no carnaval deste ano. Mas, infelizmente, o museu sucumbiu ao descaso do governo golpista. Hoje, ao abrir o Jornal do Brasil, na coluna de Jan Theophilo, parecia que tínhamos um vaticínio. Aliás, a coluna de Jan Theophilo expressa a voz de todos os museus do Brasil: esquecidos por aqueles que a história, de modo algum, jamais absolverá.