LULA, O COWBOY DA INTERNET

vaquinha virtualAs chamadas “vaquinhas virtuais”, liberadas pelo TSE para o financiamento de campanhas eleitorais, tornou-se uma alternativa para a arrecadação de recursos após a proibição das doações por empresas. As “vaquinhas on line” podem ser feitas através de várias plataformas da internet e é um meio de o eleitor, militante ou simpatizante contribuir com o seu candidato de forma legal e transparente. E tudo leva a crer que Lula virou o “cowboy” das “vaquinhas virtuais”.

Os dados disponíveis até a última sexta-feira mostram que Lula não lidera apenas a intenção de votos para Presidente da República. Ele também lidera o ranking de arrecadação nas “vaquinhas virtuais”. Dados disponibilizados até o último dia 15 de junho mostram que Lula já arrecadou 280 mil reais, seguido de João Amoedo, do Partido Novo, com 230 mil, Manuela DÁvila, do PCdoB, com 39 mil e Ciro Gomes, do PDT, com 35 mil.

Cabem alguns comentários sobre essas quatro primeiras colocações em doações on line. Dos quatro primeiros, três são candidatos de esquerda o que comprova que, historicamente, a esquerda sempre foi marcada por uma militância mais ativa e ideologizada. Lula não está em primeiro porque está preso. Ele também seria o primeiro se estivesse em liberdade. Os eleitores e militantes de esquerda geralmente não são “camaleões” e não se deixam levar por discursos fabricados pela grande mídia. O caso de João Amoedo, de um partido de direita, também merece destaque. Amoedo, líder do Partido Novo, é banqueiro e também candidato a Presidente da República. Os filiados e simpatizantes do Partido Novo possuem um perfil: são, em sua grande maioria, empreendedores privatistas, que pregam o fim do Estado e a livre-iniciativa do tipo “cada um por si”. E também é o único partido que, desde o início, afirmou que não utilizaria o fundo partidário público. Seus apoiadores pertencem a uma camada social que pode, por exemplo, pagar 500 reais pelo ingresso a uma palestra para ajudar o partido, conforme anunciado pela própria legenda do banqueiro Amoedo.

Chama a atenção a ausência do neofascista Bolsonaro no ranking. É provável que ele não tenha usado a plataforma on line de doações. Ou, se usou, suas contribuições não refletem sua colocação nas pesquisas eleitorais. O fato é que Bolsonaro não tem militantes. E, em qualquer plataforma virtual, Bolsonaro representaria a “trollagem”. Ele vive disso: espalha provocações, ódios, preconceitos, apologia à tortura, homofobia, sexismo, racismo, ditadura, militarização, mas não é capaz de debater. Mas a ausência de Bolsonaro nas “vaquinhas virtuais” traz uma uma contradição, visto que seus supostos eleitores são fortíssimos na internet, com grupos no Facebook e grande atuação no Twitter. Então, por que não participarem de vaquinhas on line? Ou será que as malfadadas “bolsocoins” existem mesmo?

Para encerrar nosso comentário, não poderíamos deixar de citar o Alckmin. Até a última parcial, o “Picolé de Chuchu” já tinha arrecadado a bagatela de 55 reais (isso mesmo, não é sacanagem!) doados por duas pessoas. Vou arriscar: apostaria que os dois únicos doadores de Alckmin seriam o doutor Sérgio Moro e a pós-doutora Janaína Paschoal. Mas, pelo valor, não tenho dúvidas: foram mesmo dois pobres de direita.

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